domingo, 11 de setembro de 2011

A Singularidade Cristã


O racionalismo moderno fez com que o cristianismo se tornasse uma religião doutrinária, marcada
por conceitos e pelo dualismo. Percebe-se a separação entre fé e vida. As diversas divisões na
compreensão da fé fizeram dela um produto de consumo pessoal. O cristianismo na realidade,
sabemos que não é uma doutrina, mas uma pessoa. Diante disso é necessário abdicar de uma
teologia e de uma filosofia comuns, pois elas não são a mesma coisa dado que a verdade filosófica
tem como ponto de partida a razão enquanto que a verdade teológica cristã parte da experiência da
pessoa de Jesus Cristo. Essas duas realidades não são sinônimas. Qual é o centro da fé: uma
doutrina ou o encontro com Alguém? O que é uma verdade teológica: uma questão conceitual ou
uma questão de vida? Sustentamos que a verdade cristã é uma questão de vida e de práxis.
Conhecer não é saber, mas amar e seguir. O que se anuncia: verdades ou a pessoa de Jesus Cristo?
Isto não significa abandonar a racionalidade da fé, mas implica em renunciar a pretensão de reduzir
a fé a um sistema de verdades. Cristianismo é uma experiência, é vida, é abrir-se ao mistério do
outro e anunciar o Evangelho aos pobres. Num mundo marcado pela economia de mercado, cuja
lógica é a valorização do lucro e a conseqüente marginalização de inúmeras pessoas e grupos do
sistema, o anúncio da Boa Nova aos marginalizados fere o aspecto econômico hipertrofiado na
sociedade globalizada. Por isso o capitalismo sempre reage à idéia de evangelizar os pobres.
retirado do texto produzido pelo prof. Mario Antonio Betiato

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